Tudo que Fazia

Porque tudo que tocava
Reluzia
Não como ouro (de tolo...)
e sim como áurea brilhante

Porque tudo que falava
Ecoava
Não como simples melodias
Mas como acordes dissonantes

Porque tudo que vê
Permanece
Não como imagens visionárias
e sim, como bons livros na estante.

Mãos





Se minhas mãos
pudessem descrever
em letras
em caracteres
O que meus olhos
podem ver
Escreveriam
em sonhos e delírios
O que não posso perceber.

MITIFICAR



Sabendo que há fim em tudo,
querendo encontrar o medo,

Desconfiando do perigo,

desafiando seu destino.

Desmitificando

suas crenças, seus amores,

seu passado.

Acreditando que sua luz

mudará sua alma.

Sem nunca perceber

que o quê incomoda

é o mito que há em você.

Fome


rug rug rug...
e o meu estômago ronca ronca ronca

ai que fome
quero feijão preto, carne de panela, angu e uma couve refogada
quero o abraço da morena, quero tocar em teus seios,

quero o teu beijo fatal ...

rug rug rug
e o meu estômago ronca ronca ronca

ai que fome
quero caldo de mandioca, caldo de feijão, galinha com quiabo
quero morrer um pôr-do-sol com você morena, quero ver o tempo passar por nós

quero você minha morena

tum . . . tum . . . tum . . .
e o meu coração ainda bate.

Amor Epidérmico






E veio como chuva tempestiva

Passou pela pele e ficou
não secou.
Na derme,
no corpo,
como epidemia se alastrou

Passagem





E quando tudo passa

fica sempre um pedaço
um laço
um traço, um troço
um poço
fundo e límpido
Onde posso
nadar, me afogar
me deixar
me levar...

Sempre por Aqui

Números

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